quinta-feira, 5 de junho de 2014

Quando uma nova cara ajuda a uma nova vida

Unidade 3 - Imunidade e controlo de doenças

  Nove anos passados após o primeiro transplante facial, é publicado na revista The Lancet um estudo sobre os 28 casos de pessoas que já se submeteram a esta cirurgia, concluindo que a sua aplicação é bastante positiva.
  A primeira operação deste tipo ocorreu em Novembro de 2005 e foi, na altura, muito criticada devido aos riscos que comportava. Mas apesar das pessoas que se submetem a esta cirurgia necessitarem de tomar imunossupressores para o resto das suas vidas, evitando assim que o seu organismo rejeite o enxerto, é um facto que esta intervenção muda a vida de muitas pessoas que tenham ficado desfiguradas. Eduardo Rodriguez, cirurgião plástico do Centro Médico de Langone da Universidade de Nova Iorque que fez o transplante facial mais extenso até à data (ver fotografia), diz até que "Sem a opção do transplante facial, muitas destas pessoas estariam em sérios riscos de entrar em depressão profunda e até de suicídio”.
  Isabelle Dinoire, a primeira pessoa do mundo a receber um transplante facial, tinha 38 anos quando foi operada. Fez um transplante parcial na região da boca, do queixo, das bochechas e do nariz. A francesa tinha tomado uma grande dose de soporíferos e, quando acordou, não foi capaz de segurar o cigarro com os lábios quando o levou à boca. Estava desfigurada, apesar de naquele momento estar sem dores, pois o seu cão tinha mordido a sua cara. 
  Apenas num dos 28 casos ocorreu rejeição do enxerto provocando a morte do paciente. Depois da operação, muitos doentes voltam a poder comer e beber sozinhos, falar, sorrir, cheirar e piscar os olhos. Superam depressões, voltam a sair de casa e alguns até voltam a trabalhar.

O norte-americano Richard Norris antes e depois da operação em março de 2012,
feita pelo cirurgião Eduardo Rodriguez.
Fonte: Público

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