Um investigador português e sua equipa estudaram um gene associado à doença de Parkinson e como é que esse gene atua. Abriu portas para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas contra esta doença, e também contra o cancro.
O trabalho de investigação, desenvolvido por um grupo do IMM (Instituto de Medicina Molecular) liderado por Tiago Outeiro, e juntamente com investigadores na Alemanha e no Reino Unido, vem mostrar que a doença de Parkinson pode ter uma causa genética (porque acreditava-se que as causas eram ambientais) trazendo nova esperança para o seu tratamento.
"Procurámos estudar um dos genes associados a doença de Parkinson, o gene que codifica a proteína DJ-1. Este gene está associado também ao cancro, porque a função da proteína pensa-se que está relacionada com a defesa contra stress oxidativo", disse à Tiago Outeiro.
Ou seja, uma vez identificada a função do gene defeituoso, deverá ser mais fácil identificar "onde é que as coisas correram mal", sendo DJ-1 um exemplo particularmente interessante, porque é um gene que causa várias formas de Parkinson, mas também está ligado ao cancro, ao Alzheimer e a outras doenças neurodegenerativas, o que sugere que desempenha um papel importante na proteção contra os efeitos do envelhecimento.
"Nesse sentido, utilizámos leveduras, um organismo com células semelhantes às de outros organismos, incluindo humanos. Tirámos partido da semelhança entre leveduras e células humanas e estudámos o gene [DJ-1], na levedura, que tem quatro proteínas -- HSP 31, HSP 32, HSP 33 e HSP 34. Estudámos o que fazem na célula e em que condições respondem", explicou.
in Diário de Notícias, Abril de 2014
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