A artrite reumatóide causa a deformação das articulações
Uma análise genética a 103.638 pessoas de origem europeia e asiática
encontrou 42 novos locais no ADN que estão fortemente associados ao
desenvolvimento da artrite reumatóide. O trabalho, feito por cientistas
em 38 instituições de sete países, foi publicado na última edição da
revista Nature e pode ajudar a desenvolver terapias personalizadas para quem tem esta doença.
A artrite reumatóide é uma doença incapacitante. Uma
resposta auto-imune do corpo gera inflamação nas articulações,
provocando dores e, a longo prazo, a deformações das articulações, o que
dificulta o movimento. Já se conheciam 59 locais no ADN humano em que
se tinha sido associada a variação num único tijolo da molécula ao
aparecimento desta doença, que surge em cerca de uma em cada 100
pessoas, afectando principalmente as mulheres.
O trabalho
publicado agora, liderado por Robert Plenge, da Faculdade de Medicina de
Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, alargou o conhecimento sobre as
variações genéticas que podem provocar a doença. A equipa internacional
foi analisar 10 milhões de tijolos da molécula de ADN em 103.638
pessoas, 29.880 destas com artrite reumatóide.
Os investigadores
fizeram um estudo de associação genómica para encontrar variações
genéticas, dentro daqueles 10 milhões de tijolos, mais frequentes nas
pessoas com a doença. Desta forma, descobriram 42 novos tijolos no ADN
em que certas variações estão associadas à artrite reumatóide.
“Esta
descoberta oferece uma oportunidade de utilizar a genética para
descobrir novos fármacos para tratar ou mesmo curar as doenças complexas
como a artrite reumatóide”, explica Robert Plenge, citado pela BBC
News.
Com esta descoberta, conhecem-se agora 101 locais do ADN associados ao desenvolvimento desta doença. O artigo na Nature encontrou
ainda 98 genes candidatos onde estão situados estes tijolos, e
demonstrou ainda que estes genes são já alvo de tratamento de terapias
contra a artrite reumatóide. A equipa identificou ainda terapias usadas
noutras doenças, como no cancro, que poderão ser utilizadas na artrite
reumatóide.
Kathy Siminovitch, outra investigadora envolvida neste
trabalho, do Instituto de Investigação Lunenfeld-Tananbaum, do Hospital
do Mounte Sinai, em Toronto, Canadá, explica em comunicado que esta
descoberta facilita a medicina personalizada: “Podemos utilizar esta
informação genética para tratarmos as pessoas de uma forma
individualizada, dependendo da via molecular envolvida [na doença] de
cada pessoa.”
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