quinta-feira, 3 de abril de 2014

Estudo científico assegura que culturas transgénicas são seguras

Uma equipa de investigadores publicou uma meta-análise que examina 1783 estudos científicos sobre a biossegurança de plantas transgénicas para a saúde humana e animal e para o ambiente, concluindo que não se detectam riscos acrescidos relacionados com a sua utilização.

 A meta-análise publicada na revista científica «Critical Reviews in Biotechnology» refere estudos realizados nos últimos 10 anos e não detectou riscos específicos na utilização de culturas geneticamente modificadas (conhecidas por transgénicas) quando comparadas com culturas melhoradas por outras metodologias.
 O estudo realça também a importância da comunicação de ciência para contribuir para uma sociedade mais informada sobre a importância dos transgénicos para o mundo.  
Os autores afirmam que é falso o argumento de que não há estudos suficientes sobre a segurança das culturas transgénicas, uma vez que 70% dos estudos realizados são exactamente sobre biossegurança. Afirmam ainda que o consumo de alimentos transgénicos é seguro para pessoas e animais.  
A segurança das culturas transgénicas é crucial para a sua adopção e tem sido objecto de investigação científica que é completamente ignorada pelo público. Os autores conferiram a literatura científica publicada nos últimos 10 anos, construíram uma lista de artigos científicos e analisaram o conteúdo dessas publicações. Seleccionaram os artigos científicos originais, as revisões científicas, as opiniões relevantes e os relatórios, tendo concluído que o consenso científico tem crescido desde que as culturas geneticamente modificadas foram pela primeira vez utilizadas nos campos dos agricultores.  
 A colecção dos dados científicos recolhidos estão disponíveis para investigadores, comunicadores e a professores de todos os níveis de ensino com o objectivo de ajudar a criar na sociedade uma percepção pública equilibrada e públicos bem informados sobre este tema.  
Porquê esta meta-análise? No mundo científico as evidências da qualidade são reveladas pelos trabalhos de meta-análise, nos quais se podem contrastar e combinar os resultados de um amplo conjunto de estudos produzidos com revisão pelos seus pares científicos.  
Apesar do debate científico entre defensores e opositores do cultivo de plantas transgénicas ser importante e positivo, a opinião da comunidade científica tem vindo a ser distorcida pelos meios de comunicação social e pelas campanhas anti-transgénicos. Estas distorções têm sido utilizadas de forma inaceitável pelos decisores políticos para condicionar o uso das culturas transgénicas.  
O discurso anti-transgénico não é geralmente suportado por evidências científicas. Esta falta de suporte científico cria um vazio que permite a divulgação permanente de informações incorrectas, a persuasão emotiva eticamente inaceitável e ainda as constantes acusações de corrupção corporativa. Este tipo de discurso mostra o desconhecimento de que a maior parte da investigação de plantas transgénicas se faz em organismos públicos, havendo exemplos muito claros de investigação, como a realizada na Embrapa (Brasil) que libertará no próximo ano variedades transgénicas de feijão resistentes a vírus; no Instituto Internacional de Investigação do Arroz - IRRI (Filipinas) que investiga o Arroz Dourado – tão necessário para salvar milhões de vidas humanas ameaçadas por falta de pró-vitamina A; em Cuba que, desde de 2010, desenvolve e cultiva plantas transgénicas para evitar a importação de sementes do exterior; ou no Consejo Superior de Investigaciones Científicas - CSIC (Espanha) que desenvolveu trigo com teor reduzido de gluten para celíacos, mas que terá de ir para os Estados Unidos da América para cultivá-lo, porque no Espaço da União Europeia não consegue autorização para o fazer.
Fonte: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=665669

F

Sem comentários:

Enviar um comentário